sábado, 28 de setembro de 2019

THE CASTLE QUEST 2019



Quando em meados de Julho me inscrevi, não sabia ao que ia, não sabia se ia, mas tinha uma vontade enorme de ir. O nome dizia tudo, a busca do castelo e o lema era muito aliciante, "don't Rush, Discover". Um lema que me dava alguma segurança quanto à minha capacidade de fazer as etapas.
8000m de acumulado em 4 dias era impróprio para cardíacos e para a minha capacidade de sofrimento também.
Quando em Agosto o Joaquim Santos me ligou a questionar se sempre ia, fiquei com aquela sensação de "isto nao vai correr bem.
Olhei para o horário e tinha apenas uma noite que esbarrava no evento, mas consegui a troca e tenho de agradecer à Enf. Liliana que fez o meu turno.
Assim já não tinha desculpa, só tinha de me preparar. Na realidade as semanas foram passando e preparação zero. No dia 0 ou melhor 18 de setembro lá arranquei para Sortelha, a aldeia histórica onde era a base do evento. Daqui tinha arrancado no dia 14 a aventura de 8 dias e de sortelha iria arrancar a aventura de 4 dias.
Tenho tido muitas perguntas sobre como me meti nisto, se conhecia alguém e outras questões.
O The Castle Quest já vem de 2017 e se não me engano foi uma partilha do NunoRPM e que depois de uma leitura mais atenta fiquei vidrado nesta experiência. Como nunca tenho férias em Setembro era sempre complicado de participar. Em 2018 houve uma variante de 2 dias mas não tinha horário e eram 180km por etapa que talvez fosse um pouquito demais.
Em 2019 todos os astros se conjugaram para participar e assim, 280km depois, cheguei ao secretariado.




A entrada do Castelo tinha informações sobre a Aldeia. No secretariado era fornecida a informação sobre aquilo que nos esperava.
Aqui conheci o Joaquim Santos da Stop and Go (The Knight ou O Santo), o Arménio Coelho das Aldeias Históricas (The Boss) e o Eduardo Campos (Foto Historiador).
Eu tive que atribuir os cognomes que passo a explicar:
The Boss: Ao Arménio foi fácil atribuir, já que como responsável AHP, era ele que tomava as decisões mais importantes e necessárias para o desenvolvimento do evento.
The Knigth ou O Santo: O Joaquim, tal como um cavaleiro estava sempre pronto a salvar qualquer dos projetos de cavaleiros que se sentisse aflito e tinha uma paciência, que só um Santo consegue ter.
O Foto Historiador: O Eduardo, através da sua câmara consegue montar a história que decorre, gravando nos píxeis o esforço, a felicidade e até as tristezas que marcam o dia a dia deste evento.

Assim também fomos recebidos com um excelente jantar num Restaurante dentro da muralha, que tinha um interior muito bem decorado, mas tinha uma casa de banho com uma torneira daquelas antigas, que só me apercebi quando após carregar no topo duas vezes ela não me deu água.
Tive que a rodar para abrir e depois rodar para a fechar. Isto fez-me lembrar dos velhos telefones, das palavras "... ao segundo sinal serão...". :-D



Chegando à mesa as entradas estavam já num nível muito bom.



A comida esta muito boa e as sobremesas já chamavam por nós


No final do jantar fomos para a Junta de Freguesia onde a organização fez o briefing sobre o evento dos 4 dias. As seguintes fotos era a imagem que tínhamos no interior das muralhas de Sortelha.


Ao fundo o forno comunitário que agora é um café.





Ainda maravilhado com tudo que estava a processar chegamos à Junta de Freguesia onde obtivemos todas as informações com o Arménio e o Joaquim. O secretário da Junta de Freguesia de Sortelha deu-nos as boas vindas com um pequeno discurso.






Aqui também nos foi mostrado como funcionava o geo localizador e a importância de estar ligado.


O dia 0 tinha terminado e era tempo de dormir para o dia seguinte esperava-nos o seguinte gráfico:


A primeira parte até aos 50km pacifica, a partir daqui era só coça, na próxima crónica conto o 1ºdia.

Tal como escreve o meu amigo Miguel K2 Sampaio

UM ABRAÇO E UM QUEIJO DA SERRA.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

24H BTT DE VILA NOVA DE FAMALICÃO 2019 - X EDIÇÃO

24H DE BTT DE VILA NOVA DE FAMALICÃO

EDIÇÃO X

Fazer a crónica de qualquer evento que é designado como a Edição X, deixa logo qualquer "escritor" ansioso, quer pela significância numerológica e matemática ou mesmo pelo mistério que a sua sonância provoca.
Numerológica, X=10ª Edição, 10 vezes que vimos para aqui, colocar corpo e mente a uma prova dura de resistência, divertimento, gastronomia, provas vinícolas, doces conventuais, enchidos do melhor...
Matemática, X como em qualquer equação matemática pode ser qualquer número, por exemplo nos últimos 10 anos, o X podem ser as mais de 7000 pessoas que concorreram a uma prova que nos faz andar de bicicleta durante 24h, nos faz estar entre família e amigos durante 24h, se apresenta como uma das formas mais sérias de nos divertirmo-nos em cima de uma bicicleta. O X pode ainda significar as mais de 2000 pessoas que ajudaram, durante 10 anos, a colocar de pé um dos eventos de BTT com maior sucesso no país. O X ainda pode significar o valor acrescido que significa para a Cidade de Vila Nova de Famalicão. Este evento move massas e por consequência gera receita para o comércio local, que agradece a sua realização. O X ainda pode significar o numero de entidades que ano após ano acredita neste projeto. 
Mistério, X=encruzilhada ou mesmo uma zona de sarilho. Um aviso de que não devemos atravessar! Do outro lado está o desconhecido!! Esta organização conseguiu sempre enfrentar este mistério com uma capacidade organizativa de louvar. Quando o desafio surge e a incerteza aparece, esta organização ganha vontade de superação. Quando alguns, perante a adversidade, recuam eles juntam-se e reinventam-se. O X que não são mais do que 2 pequenas linhas que se cruzam. Cada linha significa a vontade de cada um dos que pertencem a estes Amigos do Pedal de Vila Nova de Famalicão, cruzando estas vontades e unindo-as a Obra acontece e assim venham muitos anos
XXXXXXXXXXXXXXXXXOBRIGADOXXXXXXXXXXXXXXXXXXX



A crónica poderia resumir-se a este texto que acabo de escrever e já era o bastante para perceber a grandiosidade deste evento, mas isto é a minha crónica e uma crónica é um registo cronológico dos acontecimentos.

A preparação para as 24h.
Sabia perfeitamente que teria de ser a Santa Cruz TallBoy a minha companheira de aventura.
Faltavam 2 semanas para o evento e a bike estava totalmente desmontada. Estava numa sessão de embelezamento cujo término foi na sexta, 8 dias antes das 24h, mas apenas na terça o quadro estaria na PROCYCLE para ser montado de novo.
Aqui o primeiro agradecimento para o Rui Abreu e o Rômulo Abreu que fizeram um trabalho espetacular em tão pouco tempo e muito bem feito, já que avarias zero.
No sábado ainda fui buscar a TallBoy às 09h00, obrigando o Rômulo a abrir a loja mais cedo e assim aproveitando para tomar pequeno almoço com ele.

Início da prova
Cerca das 11h30 estava no Padock. Tinha deixado o carro num dos enormes parques disponíveis para atletas e visitantes.


Este Sr foi o primeiro a ser contratado para controlar o parque, mas devido à sua religião tinha que estar junto da Santa!!!! Mas pelo aspecto se a coisa corresse mal ia tudo à martelada!!!

O movimento era impressionante, quer na estrada, quer no Padock. Este frenesim deixava qualquer pessoa que passava na estrada de boca aberta. Um autêntico acampamento cheio de cor e som que dava vontade de participar.


Assim fiz, iniciei a minha participação, primeira volta de reconhecimento.
Zona de transição e o movimento de entradas e saídas era grande.
Contornava-se o acampamento e tínhamos uma das 2 melhores zonas do percurso, Abastecimento.


Túnel de 2 vias tipo Inglês para lá pela esquerda para cá pela direita.




Campo de milho e entrávamos naquela que era a subida mais chata do percurso, quer pela pendente,  quer pelas raízes e também pelo pó que, o decorrer das horas foi aumentando, era curta mas chata.
Na zona seguinte, há 6 ou 7 anos, passávamos na mesma junto à entrada de uma casa, onde estava o Francisco Carvalho, que pela primeira vez ficou na zona intermédia, zona rápida que antecedia a subida para a zona do campo cultivado e que derivava até ao campo de milho, onde as imagens eram espetaculares, pela presença daquele rasgo entre as espigas.



O piso é que parecia ter carris. Imaginem quando nas cidade com eléctricos, passamos com as rodas dos carros nos carris e sentimos aquele pequeno deslize para os sulcos... aqui tinha a mesma sensação.

Zona de escuteiros, que estiveram as 24h em alerta, pequena subida e ciclovia.

Curva à esquerda na zona de tempos intermédia e subida por patamares até à estrada nacional para a Póvoa de Varzim.
A forma suave como foi desenhado o percurso era um hino à imaginação, porque quando vi as primeiras imagens do percurso, e sabia que tinha de ir até à EN até me dava enjoos, lembrando-me das edições iniciais.


Na EN imaginava já o eucalipto, naquela brutal descida, que ao fim de tantos anos deve estar maior, e mais robusto para levar com atletas afoitos... mas não! A organização quis poupar massagens ao Eucalipto e fez uma pequena derivação com duas zonas de descida que antecediam um pequeno salto.




Incursão de fininho na ciclovia e continuava-se a descer.
Entrada na zona de Pena Boa, onde percorríamos uma plantação de frutos vermelhos e começava-mos a ouvir música.
Imaginem ao domingo, quando os altifalantes da igreja estão ligados com música e por vezes ouve-se a liturgia, lá está, era isso mesmo que acontecia, zona Santa onde estava o Francisco Carvalho com as Santas Preta e Loira. Aqui era a festa Total, não havia vez que não houvesse uma palavra de incentivo.







O inspetor vinha verificar se tudo estava à temperatura ideal


Uma equipa numerosa, com um dos meus leitores assíduos, João Bastos Titó, a aquecer as vozes e outros AdP, porque todos eles passaram nesta zona, tal era a festa.
Era a verdadeira zona onde se fazia uma tempestade num copo de cerveja, tal o barulho produzido e as constantes solicitações, para desinflamar as gargantas com frio liquido à base de cevada e lúpulo.
Aqui o Francisco Carvalho e companhia fazia Fur(n)or
A partir daqui com uma subida, plano, descida, subida de novo, serpenteando as árvores, com muita sombra, era uma delícia, porque sabíamos que depois de desembocar num estradão largo, tinha cerca de 1km até chegar à descida em paralelo, onde era obrigado a travar a fundo, para conseguir fazer o cotovelo à direita que antecedia a descida mais espetacular do percurso, as fotos dizem tudo:






Aqui também posso dizer que apesar do resultado não ser um dos meus objetivos, na geral do strava, se as 24h se resumissem a este segmento:


Pois é, eu ficava em 8ºLugar. Apenas foi gravado durante a manhã, porque na minha opinião, fui mais rápido na fase final da prova mas esqueci-me de gravar.
Depois daquele salto que fazia de nós crianças de novo, seguíamos pela ecovia do louro e entrávamos de novo na Aldeia do BTT.

Resumo
Não estive no evento durante cerca de 12h por afazeres pessoais, mas regressei à pista às 05h00 e não mais parei.

Fiquei em 11º lugar da minha categoria, a 2 voltas do top 10. Fiz 18 voltas.

Para terminar e porque a festa esteve ao rubro durante as 24h coloco aqui fotos que significam o verdadeiro espírito deste evento,

Lubrificação para as roldanas


Na Famabike não se perdia a boa disposição!!

Em família


Na AfaCycles também apresentava boa disposição


Fogo de artifício em ação



O Novais a pensar "Olhó!!! Tão limpinho"


O Padock ao rubro







O Jorge Rita em ação


Uma justa homenagem a todos aqueles que acreditam neste projeto.


Um agradecimento especial ao Berto, esposa e filha que durante todo o tempo que lá estive me deram um excelente apoio. Ano após Ano, esta é a minha zona favorita...Bem aquela descida...

Para terminar e mais uma vez um Muito Obrigado a todos aqueles que fazem parte desta equipa.

ABRAÇO XTR