100 TRILHOS
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Os amigos das Bikes têm-me questionado por onde tenho andado, já que as voltas de Bike têm sido poucas e, verdade seja dita, tenho primado mais pelos passeios entre amigos do que eventos de grande dimensão. Mas mesmo os passeios entre amigos têm sido poucos, quer pelo aumento da atividade laboral mas também pelo nascimento de outra paixoneta, O Montanhismo.
Desde de 2023, mais precisamente em Fevereiro, fui ligeiramente picado por esta atividade. Na data fui desafiado pela minha esposa a experimentar uma atividade organizada pelo 100TRILHOS.
As informações e experiência da minha esposa foram fundamentais para aceitar o desafio e inscrever-me na atividade junto com ela.
Percebi de imediato que a importância de um guia era fundamental, já que a atividade iria decorrer em condições extremas para a minha experiência nestas andanças. Era prevista neve e temperaturas negativas. O local era Peña Trevinca, na região de Sanabria, em Espanha.
Pela minha pesquisa Peña Trevinca é o ponto mais alto da Galiza.
Situados a leste da província de Ourense, os montes de Peña Trevinca são um espaço natural protegido que ocupa quase 25 000 hectares. Os seus cumes, com mais de 2000 m de altitude e nevados no inverno, estão coroados por lagos glaciares como O Celo e a Lagoa da Serpe, de águas puríssimas e cristalinas. Trata-se de montanhas que poucos vestígios do homem têm.
Atinge-se os cumes da comunidade nos três altos de, Peña Trevinca (2127 m), Peña Negra (2123 m) e Peña Survia (2122 m), os quais coroam este amplo espaço protegido ligado ao Parque Natural Lago de Sanabria (Zamora).
Já perto da atividade foi enviada uma listagem de recomendações, quer de material, quer de procedimentos que aumentaram a ansiedade para a estreia.
A viagem durou cerca de 4h e estacionamos as viaturas cerca das 00h30, hora espanhola, perto da Laguna de los Peces, já em pleno Parque Natural del Lago de Sanabria. Com um início de queda de neve promissor. Sensações térmicas negativas.
Mas melhor do que palavras as imagens.
Inicio da Caminhada Noturna
Primeira paragem
Que fresquinho!!
A Chama do Dragão. O Calor era bom mas a primeira ideia é que íamos ficar com a roupa fumada.
Em resumo, iniciamos a caminhada noturna à 01h34, percorremos 7,05Km em 02h05m com ganho de elevação de 175m.
O Refugio de Montanha onde abrigou 12 malucos cheios de frio. A experiência foi surreal.
O inicio da caminhada matinal com Peña Trevinca coberto pelo nevoeiro.
Peña Trevinca já sem nevoeiro, era ali para cima que caminhávamos.
O inicio da ascensão ao cume de Peña Trevinca
Cume de Peña Trevinca 2127m
Foto de grupo e que grupo fantástico.
O caminho entre Peña Trevinca e Peña Negra estava um pouco gélido.
Peña Negra 2122m. Não foi erro, faltava um metro para subir ao cume, mas aquilo estava um pouco escorregadio.
Início da descida.
Ponte sobre o Rio Tera.
Resumidamente a ascensão ao Cume de Peña Trevinca e regresso ao abrigo, iniciou às 09h58, totalizou 10,21km, cerca de 3h28m de caminhada e um ganho de elevação de 652m.
Foi tempo de reabastecer calorias e descansar um pouco para iniciar o regresso aos veículos.
Regresso aos carros fomos por um percurso ligeiramente diferente.
Outro Refugio de Montanha junto à Laguna de las Yeguas.
Um entardecer que dava cores fantásticas à paisagem.
A Laguna de los Peces completamente congelada, arriscamos caminhar lá.
Em resumo, iniciamos o regresso às 17h04, percorremos 8,30Km, em 2h22m e subimos cerca de 319m.
No total foram 8h de caminhada, 26 Km e um acumulado positivo de 1146m
Porque fazer agora esta crónica?
Primeiro, porque já tenho muitos rascunhos e começou de novo a vontade de escrever estas aventuras, agora em duas botas.
Segundo, porque o Nuno Miguel Cunha, Guia e Fundador do Grupo 100Trilhos, criou um novo site para estas aventuras e aconselho vivamente a consultar. Basta clicar aqui ou na imagem no início desta crónica.
Terceiro porque no dia 25 de janeiro de 2025 está agendado uma Long Night Climb em Trevinca e voltaram as memórias que acima descrevi, de uma experiência fantástica voltaram.
O que posso dizer do 100Trilhos é que se trata de um grupo de pessoas de diversas áreas com um gosto comum, guiados por alguém que tem na Montanha uma paixão, que consegue transmitir através de um conhecimento seguro, uma vontade e um acreditar em desafiar os próprios limites, numa experiência em que o despojo do conforto, valoriza a beleza do que os nossos olhos observam.
A analogia que faço muitas vezes ao nome dos 100Trilhos, SemTrilhos, é justificada exatamente pelas muitas vezes em que acho que não existe nenhum Trilho que nos leve de um ponto A ao ponto B.
No 100Trilhos se o caminho for fácil é porque não é esse o caminho. :-)
Um abraço Altramente (em crónica futura explico)