sábado, 4 de agosto de 2018

Crónica do III Bracara Urban Race

A III Bracara Urban Race já foi há três semanas mas esta crónica tinha de sair. Podem dizer que é longa. Verdade. Mas é a minha cidade. 
Vem tarde? Talvez! Mas nunca é tarde demais para se elogiar. 
Esta organização merece um grande elogio.
Assim sendo aqui vai a minha crónica.


III BRACARA URBAN RACE
Como começar uma crónica de algo que nos deixa com Orgulho, com Satisfação, com Alegria? Devemos começar por agradecer a todos os que idealizaram e concretizaram este evento que merecia, pelos pormenores e trabalho colocados em prática, atingir o milhar de participantes. Parabéns Margens do Cávado.
 A monumentalidade de Braga e o próprio movimento que a cidade tem nas noites de sábado, deu um colorido especial, tornando muito prazeroso o percurso repetido diversas vezes, no meu caso 7.

Logicamente que um evento destes não é possível sem apoios. As entidades e empresas que se envolveram nesta organização também estão de parabéns.
Há 6 anos atrás tinha idealizado a realização das 3H urbanas em Braga. Tinha como objetivo não só juntar as entidades mas também todos os grupos de BTT que organizavam eventos. Logicamente que tudo é sempre mais difícil quando se tem de começar do zero, quando não se tem uma equipa capaz de ajudar a levantar este espetáculo. As Margens do Cávado não apenas o idealizou, como também conseguiu colocá-lo de pé. Não ficou apenas pelo projeto. Conseguiu firmá-lo e colocá-lo entre os melhores. Este é também o resultado desta III Edição estar inserida no Troféu Urban Race.
A inclusão no troféu acabou por conseguir mínimos de participação muito interessantes mas, e aqui faço a única observação à organização, a divulgação tem de ser mais trabalhada, com uma incessante e atempada publicidade nas redes sociais. Facilmente este evento, no próximo ano, bate recordes de participantes. No que da minha parte depende, recomendo a participação. 2019 estou lá!!


O percurso foi uma agradável surpresa, já que todo palco estava montado na Avenida Central, zona de excelência, contornava o chafariz na Praça da República, conhecida por Arcada, onde estão situados dois dos diversos cafés históricos da nossa cidade. O Vianna e o Astoria. 

Logo de seguida virávamos para a Brasileira, outro dos cafés históricos. Aqui tínhamos a primeira de 4 rampas do percurso.
Entrávamos assim nos claustros da antiga escola comercial de Braga, que agora mais parece estar ao abandono.
Saídos da Rua do Castelo percorríamos o Largo São Francisco onde se situa a Igreja dos Terceiros, entrávamos na Rua dos Capelistas, Campo da Vinha, percorríamos um percurso delimitado por fitas, bem elaborado. Saindo do Campo da Vinha entrávamos pelo norte na Praça do Munícipio, onde se pode ver a Fonte do Pelicano, que pelas suas características se associam ao espírito guerreiro dos Brácaros, onde, se necessário for, mutilamos o nosso corpo para dar de comer e beber aos nossos. A estátua simboliza a Lenda do Pelicano e é assim floreada pelos guias turísticos da nossa cidade, pelo menos alguns. Mas na realidade esta lenda do Pelicano tem um simbolismo católico: tal como Jesus deu o seu corpo e seu sangue para alimentar o povo, o Pelicano na falta de peixe para alimentar os seus filhotes, bicou o seu peito oferecendo a carne e o seu sangue para alimentar os seus filhos. 


Depois da Praça Municipio, tinhamos a segunda rampa junto à Igreja da Misericórdia que está incluída nos edíficios da Catedral da Sé. Esta era contornada pelas traseiras até ao Tribunal de Trabalho.
Subíamos até a uma das portas da antiga cidade. Junto à Capela da Nossa Sra da Torre, tendo já passado pela Igreja da Cividade e Igreja de São Paulo.
Passávamos nos Bombeiros Voluntários de Braga e descíamos até ao Museu D. Diogo de Sousa, entrando à direita no parque radical. Aqui tínhamos um percurso com os vários obstáculos de uma pista de skate, onde nos divertíamos, com pequenos saltos. 

Saímos para a estrada que percorríamos em sentido ascendente e entrávamos na zona de relva adjacente às muralhas do Instituto Monsenhor Airosa, onde se fazem e se vendem as hóstias .


Este Instituto tem um papel social muito importante com diversas valências de apoio aos desfavorecidos, poderão consultar a informação no site http://www.imairosa.pt/



A subida da Rua S. Geraldo era feita com uma pequena incursão num parque de terra que serve de entrada para a Casa de Avelar, uma casa que foi construída na Quinta do Avelar, terreno doado em troca de outro terreno "abaixo da fonte de S. Geraldo" onde seria construído um "Hospital para os pobres serem agasalhados", estamos a falar na época de 1509, do nosso Hospital de São Marcos. Os intervenientes eram D. Diogo de Sousa e Duarte Jácome de Araujo. 
Histórias de outros tempos que fazem parte da História de Bracara Augusta e que nos acompanhou durante todo o percurso. Podem consultar o link abaixo sobre uma história que envolve a Rainha D Maria I e a Família da Quinta do Avelar.

Braga setecentista: uma paixão proibida.


Terminávamos a subida da R S Geraldo e chegávamos ao ponto de água e não era só para beber, tínhamos uma tenda que literalmente refrescava os pensamentos com um sistema de micro-chuveiros. A passagem por este ponto, fazia-me sentir um carro a entrar nos túneis de lavagem, só faltavam as escovas :-D, mas era muito bom.



Aqui alguns atletas sofriam de miopia porque mesmo com 2 contentores de lixo e uma rede, ainda eram alguns os que atiravam as garrafas de água para o chão, fora da zona de lixo.
Uma palavra para esta equipa de apoio que aqui estava. Na maioria escuteiros, faziam um papel muito válido e eficaz.

Seguíamos pela Rua do Anjo, Largo Carlos Amarante e virávamos pela Rua Dr Gonçalo Sampaio para entrar na Av da Liberdade.
Mas no Largo Carlos Amarante temos vários pontos de interesse:
Igreja de Sta Cruz que tem como atração turística a descoberta dos 3 Galos esculpidos em relevo na fachada da igreja, 2 são fáceis de encontrar, mas esta não é a característica mais importante desta igreja, o seu estilo e a riqueza dos seus interiores são motivos de visita obrigatória. IGREJA DE SANTA CRUZ.

A Igreja de São Marcos também faz parte deste conjunto de monumentos que compõe o Largo Carlos Amarante, com inicio da construção no séc 15. IGREJA SÃO MARCOS

Já na Avenida da Liberdade percorriamos entre jardins com flores um percurso ascendente, descendente e por fim ascendente até à Avenida Central.
 
A entrada na Avenida Central era feita através do antigo Café Central, hoje o McDonald's, seguindo os relvados longos da Avenida Central.




Na Avenida Central temos a Basílica dos Congregados, assim designada por ordem da Santa Sé em 1975. A história desta Basílica é riquíssima, considerada por Eduardo Pires de Oliveira «uma das obras-primas da arte bracarense e portuguesa».
Vale a visita e quem sabe pode ter a sorte de visitar a Capela dos Monges um dos 50 segredos da cidade de Braga retratados num livro de Eduardo Pires de Oliveira.





Depois de regressar do Largo da Sra a Branca, terminávamos na reta da meta onde por entre tratores cortávamos a meta para mais uma volta.
Aqui, a organização montou um verdadeiro banquete...




A isto chama-se mimos... muitos mimos!! O incrível nesta situação é que houve atletas que nem deram por esta generosa mesa, onde repúnhamos, sódio, potássio, hidratos de carbono, vitaminas, proteínas, água e até cafeína. Não é muito comum em eventos de competição esta imagem.
Para terminar que já vai longa a crónica, quero agradecer a todos os que durante o percurso me apoiaram, ao Rômulo Abreu que me ajuda a verificar o meu rendimento, informando-me de quantas voltas me está a dar de avanço. Ao spot de assistência da Procycle, onde parei diversas vezes, quer para conversar quer para confraternizar.


Aqui além do chá de lúpulo e cevada tínhamos sempre algum ânimo que era dado pelos amigos que lá estavam.
A família que apareceu para apoiar em diversos sítios e amigos como a trupe do Aragão e muitos outros. Esta é a vantagem de participar em Braga.
Agradecer mais uma vez à organização e através das imagens que demonstram a quantidade de pessoas que assistiram a este evento as imagens seguintes mostram como o comércio também beneficia com este evento.



As fotos do Filipe Brito e do Nuno Novais servem para uma pequena ressalva que se prende com o respeito que se deve ter por todos os participantes. Estes atletas, que por norma lutam por lugares cimeiros, têm uma conduta exemplar na forma como fazem as dobragens e por esse motivo os destaco, mesmo porque tenho a experiência de os ver passar nas 24h e têm sempre o mesmo comportamento exemplar. Estes exemplos devem ser enaltecidos e evitam acidentes indesejáveis e conflitos evitáveis.




As rápidas melhoras para a Rosa Fernandes que teve o azar do lado dela na parte final da prova, conseguindo mesmo assim o pódio.











Termino com uma das imagens iniciais, As Margens do Cávado merece este destaque e merece que em 2019 estejamos lá em força.

ABRAÇO XTR

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